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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dia internacional da criança

No dia primeiro de Junho celebrou-se mais um dia da criança só que cada um de nós deve fazer uma auto-analise e observar o pouco que se tem feito por eles; as crianças em geral no mundo inteiro, ou são abusadas laboralmente, sexualmente, psicologicamente, emocionalmente; abusadas por descriminação racial, religiosa, de condição social, ou descriminação pela sua condição da qual não tem culpa alguma; que é de ser uma criança deficiente. Eu, particularmente, prefiro chamá-los diferentes e muito especiais.
È para estes preciosos seres diferentes e especiais que hoje eu como mãe dedico e dedicarei sempre a minha homenagem e a minha luta por ver que se cumpra os seus direitos, as suas necessidades, já que eles merecem.
Por experiencia própria durante sete anos tenho observado que são crianças iguais as ditas normais só que tem alguns impedimentos que os fazem diferentes, mas se nos pusermos a analisar bem, toda a vida desde que o mundo é mundo o ser humano sempre tem descriminado os outros o por diferença de raça, de cultura, de religião, e mesmo até pela forma como vivem, o seja que já é algo habitual, só que o que não devemos permitir é discriminar um ser indefeso que precisa de muito amor, compressão, paciência, tolerância, dedicação, e oferecer-lhe uma grande doses de segurança, que sinta e saiba que sempre vai ter-nos ao seu lado, que pode contar connosco. Para que de esta forma os façamos sentir fortes e que tenham um bom equilíbrio emocional para poder enfrentar todas as barreiras que se posam apresentar nas sua vida.
E digo isto porque ainda existe muita descriminação ao redor deles, descriminações que por vezes impedem que possam desenvolver-se mais, outras por exemplo podem causar certas interrogação a estas crianças se for o caso de que já serem mais crescidinhos, interrogações como por exemplo porque é que os outros olham assim para mim? ou porque e que me chamam deficiente?
Temos como pais que saber o que é que devemos responder-lhes para eles aceitarem da melhor forma a sua condição.
Toda criança tem direitos ou leis que os protegem, as quais são muitas das vezes leis escritas num papel, mas na pratica o meio ambiente e a sociedade não estão preparadas totalmente para que estas leis sejam exercidas, e tenho constatado como mãe de uma criança especial este facto, mas não se pensou como garantir que as necessidades de estas crianças fossem realizadas pelo menos a um 90 por cento.
Também sei e estou conscientes que há países onde o apoio e a descriminação para com estas crianças e ainda maior que no nosso país, mas devido a isto não podemos baixar os braços, rendermo-nos e deixar de lutar por eles, temos que insistir e exigir que se cumpram os seus direitos para que no dia de amanhã sejam homens e mulheres auto-suficientes ou o mais proximamente autónomos, que posamos como pais sentir que eles podem caminhar sozinhos pela vida, ou que estarão protegidos ou amparados para o resto da suas vidas, eles merecem porque são realmente especiais.
E desta forma também sentir que cumprimos com a nossa missão de pais.
No meu caso muito particular sou mãe de uma criança de 7 anos com atraso no desenvolvimento originado por hipotiroidismo diagnosticado tardiamente. Foi-lhe diagnosticado depois dos 3 anos de idade, este problema também ocasionou-lhe uma cardiopatia congénita conhecido como: canal arterial patente (um canal aberto abaixo do istmo da aorta e que conectava com a artéria pulmonar). Fez um cateterismo, mas não resulto e foi operado ao coração. Depois de esta operação ficou com um derrame interno, devido a este derrame viu-se condicionado a consumir líquidos só podia ingerir 3/quartos de litros por dia incluindo a sopa, podem imaginar a obsessão por água que ele tinha.
Tinha hipotonia muscular dos membros inferiores e superiores, mas isto não o impediu de brincar com as outras crianças assim fosse arrastando-se no chão, ainda tem hipotonia nos músculos faciais o que faz com que não fale correctamente, depois que lhe foi diagnosticado o hipotiroidismo e começo o tratamento para a tiroides e que terá de ser para toda a vida, começo a desenvolver. Graças também a fisioterapias já que ele só se arrastava no chão, e ao apoio e ajuda de muitas pessoas, ele tem superado algumas das suas barreiras, actualmente os grandes problemas que se nos apresentam e que os tratamentos de fisioterapias, terapias da fala y terapia de psicomotricidade estão paradas desde o ano passado devido a que tenho que trabalhar e os horários de estes tratamentos e o meu trabalho coincidem, como podem ver parece simples mas causa um dano irreparável a um ser indefeso, porque não há verbas para uma tarefeira, ou por falta de transportes, ou porque a segurança social no comparticipa estes tratamentos depois das 6 da tarde, e em alguns casos por serem de deslocação longe da residência das crianças.
O que e que eu quero para o dia de amanha para o meu filho e para todas estas crianças especiais é contar com mais disponibilidade de meios, de recursos para o bem delas. Por exemplo transportes, infra-estruturas, recursos humanos capacitados, como auxiliares, tarefeiras, terapeutas, educadores especiais, técnicos, tudo o necessário para que estas crianças posam crescer com dignidade, amor e muito respeito, desfrutemo-los eles são um presente que a vida nos deu.
Dina